Para quem gosta de vaquejada o auge da corrida do
boi é justamente a hora da derrubada, ou seja, o momento em que o vaqueiro tem
que mostrar Técnica juntamente com Força física para obter êxito em sua apresentação.
Pois bem, ao longo dos anos e com a modernização cada vez
mais presente neste esporte os vaqueiros também vêm mostrando que acompanham
esta evolução, já que hoje muitos destes demonstrando um controle incrível da
técnica aliada com a habilidade, ou seja, no momento de derrubar o boi entre as
duas faixas paralelas, alguns vaqueiros em um ato de extrema coragem, ousadia e
habilidade, desocupam totalmente a sela ficando em uma posição distinta da
tradicional.
Segundo relatos, o primeiro vaqueiro a demonstrar está
técnica foi Antônio dos Peixinhos, morador da cidade de Olinda/PE, e depois
outros seguiram seus passos dentro do cenário da vaquejada nordestina.
Vale ressaltar alguns nomes que também fizeram história
com suas famosas saídas de sela, vejamos: Carlos Vidal (Bezerros/PE- década de
70); Genildo Gonçalves (Caruaru/PE); Herculano Alves (Limoeiro/PE); João
Paulino (Goiana/PE); Carlito Pessoa (Umbuzeiro/PB) década de 80, jána década de
90, Celso Vitório (Arapiraca/AL); Lula Guerra (Limoeiro/PE); Antônio Neto
(Salgado de São Félix/PB); José Bedeu (Timbaúba/PE), estes marcaram época e
alguns ainda competem até hoje.
Portanto, quando falarmos de SAIDA DE SELA deve-se
lembrar destes vaqueiros citados, pois foram eles que não só idealizaram está
técnica mais também trouxeram para dentro da vaquejada contemporânea este
estilo de derrubada diferente e bonito de se ver.
Na foto, Fernandinho Ceres (Jaboatão dos
Guararapes/PE) e Gera Guerra (Limoeiro/PE), estes dois vaqueiros executam com
total domínio a técnica de SAIR DE SELA nos dias atuais.
MÉRITOS DESSA POSTAGEM: CHICO GUERRA LIMOEIRO - PE
" Vaquejada é uma arte, correr boi faz parte, sair da sela virou moda, mais cair é que é f...." Sampaio Locutor
O tipo étnico do vaqueiro provém do contato do branco colonizador com o índio, durante a penetração do gado nos sertões do Nordeste brasileiro.
O vaqueiro é a figura central de uma fazenda. Seu trabalho é árduo e contínuo. Passa grande parte do tempo montado a cavalo percorrendo a fazenda, fiscalizando as pastagens, as cercas e as aguadas (fonte, rio, lagoa ou qualquer manancial existente numa propriedade agrícola).
Apetrechos do vaqueiro
O maior problema enfrentado pelo vaqueiro é o da água. Às vezes o gado tem que ser levado por dezenas de quilômetros até os bebedouros. Na época da migração ele tem que conduzir o gado para lugares distantes na ida e na volta.
Em algumas propriedades a migração sazonal não é necessária, devido a existência próxima de aguadas. Nessas regiões normalmente os cactos são abundantes, como por exemplo no vale do Moxotó, em Pernambuco. Os restolhos do roçados de algodão, feijão, fava e milho também são usados na alimentação do gado, assim como o caroço de algodão ou ramos da catingueira, do mulungu, da jurema, do angico, que têm que ser podados pelo vaqueiro. Nos anos mais secos, alguns cactos como o mandacaru e o xique-xique precisam ser queimados antes de ser colocados para alimentar os animais. A macambira, além de ser queimada, deve ser ainda picada.
Cabe a ele ainda reunir os animais nos currais, além de ferrá-los, ou seja, utilizando um ferro em brasa colocar em cada um a marca do seu dono.
Uma das coisas que o caracterizam é o aboio, ao conduzir o gado para o curral ou na pastagem. Eles aboiam também quando precisam orientar um companheiro que se perde numa serra, ou se extravia numa caatinga.
Lidar com o gado na caatinga cheia de galhos e espinhos é muito difícil, por isso o vaqueiro tem que usar uma roupa própria, com condições de enfrentá-la e que funcione como uma couraça ou armadura. A vestimenta do vaqueiro é caracterizada pela predominância do couro cru e curtido, geralmente, utilizando-se processos primitivos, o que o deixa da cor de ferrugem, flexível e macio (retira-se todo o pelo). Antigamente era usado o couro de veado catingueiro, mas por causa dessa espécie encontrar-se em extinção, passou-se a usar o couro de carneiro e de bode.
A vestimenta compõe-se de gibão, pára-peito ou peitoral, perneiras, luvas, jaleco e chapéu.
O gibão é enfeitado com pespontos e fechado com cordões de couro. O pára-peito ou peitoral é seguro por uma alça que passa pelo pescoço. As perneiras que cobrem as pernas do pé até a virilha, são presas na cintura para que o corpo fique livre para cavalgar. As luvas cobrem as costas das mãos, deixando os dedos livres e nos pés o vaqueiro usa alpercatas ou botinas. O jaleco parece um bolero, feito de couro de carneiro, sendo usado geralmente em festas. Tem duas frentes: uma para o frio da noite, onde conserva a lã, outra de couro liso para o calor do dia. O chapéu protege o vaqueiro do sol e dos golpes dos espinhos e dos galhos da caatinga e, às vezes, a sua copa é usada para beber água ou comer.
O vaqueiro usa sempre um par de esporas e nas mãos uma chibata de couro, indicando que, se não está montado poderá fazê-lo a qualquer momento.
O seu Dia Nacional é comemorado anualmente em 20 de julho e a festa tradicionalmente mais importante para o vaqueiro nordestino é a vaquejada. Em Pernambuco, celebra-se também, no terceiro domingo de julho, a Missa do Vaqueiro, uma homenagem a Raimundo Jacó, vaqueiro assassinado por um companheiro no município de Serrita, PE, em maio de 1954.
FONTES CONSULTADAS:
ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem no Nordeste. 4.ed. rev. e atual. São Paulo: Ciências Humanas, 1980.
ARAÚJO. Alceu Maynard. Brasil, história, costumes e lendas. São Paulo: Ed. Três, 1982. v.2, p.168-169.
BARRETO, José Ricardo Paes. Vaqueiro: vida, lazer e religiosidade. Recife: Fundaj. Inpso. Centro de Estudos Folclóricos, 1984. (Folclore, 164).
TIPOS e aspectos do Brasil. 10.ed. atual. E ampl. Rio de Janeiro: IBGE, 1975. p. 267-268.
Fonte:MACHADO, Regina Coeli Vieira. Vaqueiro do Nordeste Brasileiro. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. http://www.onordeste.com